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O Novo Ensino Médio será realidade nas escolas em todo o país a partir de 2022. A proposta é que seja desenvolvido um modelo de aprendizagem que atenda às necessidades e expectativas dos jovens e que fortaleça o protagonismo juvenil. Em Minas Gerais, educadores das escolas do projeto piloto já veem uma evolução na postura dos estudantes, que desde o ano passado, contam com uma rotina de estudos diferenciada.

Há 12 anos atuando com alunos do ensino médio, a professora Mônica Rodrigues Martins destaca os principais pontos da proposta. “As aulas são mais práticas, dinâmicas e mais focadas na vivência do aluno e isso é muito interessante. O jovem tem a oportunidade de trazer o seu conhecimento prévio e de vivência para dentro da escola, e eles gostam bastante”, conta.

Mônica dá aulas na Escola Estadual Juvenal Diogo Pires, no município de Cabeceira Grande. Em 2020, ela ministrou o conteúdo de Ciência e Tecnologia. Já este ano, auxilia os estudantes no Projeto de Vida. “Trabalhei uma ciência mais prática, com ferramentas tecnológicas. Já no Projeto de Vida, os alunos são estimulados a traçar planos e metas após a conclusão do ensino médio. É uma organização para o futuro”, afirma.

Segundo a professora Mônica, já é possível perceber uma evolução no comportamento dos estudantes. Foto: Arquivo Pessoal
Segundo a professora Mônica, já é possível perceber uma evolução no comportamento dos estudantes. Foto: Arquivo Pessoal

A elaboração do projeto de vida é um trabalho contínuo e acontece ao longo dos três anos do ensino médio. “Nesse tempo, eles vão amadurecendo, entendendo e conhecendo as opções, em especial em relação à região onde moram. Os alunos brincam que o projeto de vida é como se fosse o diário pessoal deles”, destaca Mônica.

Ainda de acordo com a professora, já é possível perceber uma evolução no comportamento dos estudantes. “No início eles se assustam, porque a carga horária é diferente e o número de conteúdos também é maior. Mas logo eles vão se adaptando. Hoje em dia os alunos estão com a mente muito aberta e a adaptação é boa. É satisfatório”. Na unidade de ensino, as aulas dos alunos do 1º e 2º ano do ensino médio acontecem das 7h até 12h25.

Conteúdos alinhados à BNCC

O Especialista de Educação Básica da escola, Uilson José Gomes, conheceu a proposta do Novo Ensino Médio este ano, ao assumir o cargo na Escola Estadual Juvenal Diogo Pires. Ele destaca que a proposta vem ao encontro das necessidades dos jovens desse nível de ensino. “São mudanças positivas porque fazem com que os alunos conheçam melhor sua realidade, visualizem os problemas e proponham soluções”.

Uilson, que também já atuou como professor no ensino médio, conta que vê muita diferença entre o ensino médio atual e a nova proposta. “É uma proposta diferenciada que aprofunda os conteúdos da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e traz, em seu bojo, a questão de fortalecer a aprendizagem do aluno de forma mais diversificada e atrativa”.

Para Gabriela, uma palavra que define o Novo Ensino Médio é integração. Foto: Arquivo Pessoal
Para Gabriela, uma palavra que define o Novo Ensino Médio é integração. Foto: Arquivo Pessoal

Alunos protagonistas
Encantada pelo Novo Ensino Médio, Gabriela Belini Gontijo atua na Escola Estadual Coronel Carneiro Júnior, em Itajubá. Ela é professora de Química, Ciências e Tecnologia e das eletivas. “Minha ‘matéria’ favorita. Tenho um carinho especial pelo novo ensino médio”, é assim que a educadora começa a entrevista para falar sobre a proposta.

Para Gabriela, uma palavra que define o Novo Ensino Médio é integração. “O Novo Ensino Médio quer integrar o aluno à comunidade e trabalhar a questão de pertencimento. A partir do momento que você apresenta uma grande temática e justifica com um porquê o aluno já pensa: isso eu vou conseguir aplicar na minha vida. Começa mostrando para o aluno o porquê das coisas e deixa o conteúdo com mais sentido”, afirma.

A questão do protagonismo do estudante também é ressaltada pela educadora. “O aluno tem que participar do aprendizado. Falamos muito sobre o jovem como protagonista, mas como fazer com que ele realmente seja? Penso que é orientando o aluno a ser atuante na aquisição do conhecimento e mostrar que ele participa daquilo. É a partir do porquê que você começa a direcionar o aluno para que, lá na frente, ele possa ter todas as características desejáveis de um cidadão: participativo, argumentativo, questionador”.

A escola começou a participar do programa piloto logo no início de 2020, com as turmas do 1º ano do ensino médio. Com a pandemia da Covid-19, a escola se organizou para elaborar Planos de Estudos Tutorados (PETs) para as turmas. Segundo Gabriela, o olhar para elaboração das atividades precisou ser diferenciado. “Estamos sempre puxando para o que o aluno está vivenciando no momento e queremos ouvir a opinião dele. Também tivemos um cuidado para inserir atividades que o estudante possa fazer com a família”, destaca.

Novo Ensino Médio
O Novo Ensino Médio foi construído por meio do Programa de Apoio à Implementação da Base Nacional Comum Curricular (PROBNCC). A partir dele, serão realizadas mudanças pedagógicas, no tempo e na estrutura do currículo dessa etapa da educação básica. Sua implantação está prevista para iniciar em 2022.

 

 

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